Passam por mim e não veem. Me olham e não me enxergam. Não me ouvem. Não me conhecem. Não me sentem. Não se aproximam. Não sou o vento. Não sou Amor. Não sou partículas em suspensão. Não sou uma campanha publicitária na internet. Não tenho cor. Não tenho nome. Não sou cidadão. Não sou uma frequência de rádio. Não sou barulho. Não sou vida. Dia desses perguntaram quem eu era - curioso, não?! Sou o canto da sarjeta. Sou 16 milhões de brasileiros. Sou moeda quente. Sou um olhar pelo canto do olho. Sou 3,1% dos jovens deste país. Sou o esquecimento dos políticos. Sou a desigualdade social. A concentração de renda. Sou pão velho. Roupa furada. Uma ajuda, moça, um prato de comida, por favor? E lá se vai a moça fingindo que não é com ela. Que não ouviu direito. (Só mais um bêbado vagabundo!) Sou doente terminal há mais de 20 horas na sala de espera. Sou falta de saneamento básico. Sou sistema educacional precário. Sou um país inteiro. Sou filho de uma nação [fantástica?]. Sou carna...
Sempre escrevo o que penso e o que sinto, e isso é relativamente fácil para mim, mas nunca consegui me definir com palavras. E não é egocentrismo , não, porque eu estou longe de me achar indecifrável , indefinível. Até porque algumas pessoas já conseguiram expressar por meio de palavras exatamente aquilo que sou, mesmo que não fosse o que eu gostaria de ouvir. Já faz alguns dias, talvez muitos, que venho preparando um texto com aquilo que eu, Ana Carolina Fava (e não meu "eu-lírico"), sou. Devo ser alguma coisa, porque todo mundo é alguma coisa. Mas ainda não consegui descobrir que coisa sou. As vezes me acho perdida: meu coração, minha alma e minhas entranhas me dizem que sou isso e aquilo, e de repente minhas atitudes me provam o contrário, me fazem crer no que eu não acreditava. Me pergunto o tempo todo se o que eu faço é tão diferente assim do que eu sinto, e se ambos juntos não mostrem o que eu sou realmente. Mas, como diria um amigo meu, não faz sentido. Nada justi...
O problema não era a unha do dedão meio descascada no cantinho esquerdo. Talvez o problema fosse a ponta dupla do cabelo e a hidratação que ficou por fazer - mas acho que não. O erro não estava no pneuzinho da cintura. Academia semana que vem, prometo! Talvez fosse a TPM. E a conversa no ônibus daquelas duas moças de salto fininho. Você vai pedir pra voltar? Lógico que não, né, amiga? Onde já se viu? Mulher correr atrás de homem?! Ele que venha atrás... Isso aí, querida, porque você sabe; vai que ele se acomoda e aí já viu, né? Pois é, vou ficar igual a Marcela, que vai atrás do namorado em todos os cantos. Tem que se dar o valor! O problema devia ser o calor. O problema talvez fosse a porcaria do celular que não quer colocar aspas e o texto que sai meio pulando pra fora e as coisas na cabeça o trabalho da faculdade a falta de virgulas a falta de acentos a sobra de preguiça o almoço corrido o nao que ouviu semana passada a menstruaçao atrasada cade os acentos do meu celular? ...
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