Postagens

Mostrando postagens de junho, 2012

A insustentável leveza do ser

"Desde sua mocidade, não fazia outra coisa senão falar, escrever, dar cursos, inventar frases, procurar fórmulas, corrigi-las, de maneira que as palavras nada mais tinham de exato, o sentido delas se apagava, perdiam seu conteúdo sobrando apenas migalhas, partículas, poeira, areia, que flutuava no seu cérebro dando-lhe enxaqueca, e que era sua insônia, sua doença. Teve então a vontade confusa e irresistível de uma música enorme, de um barulho absoluto, que englobaria, inundaria, esmagaria todas as coisas, que anularia para sempre a dor, a vaidade, a mesquinharia das palavras. A música era a negação das frases, a música era a antipalavra." A insustentável leveza do ser - Milan Kundera

Alô, Marisa!

Imagem
" Eu aprendi com a primavera a ser cortada e voltar sempre inteira " Cecília, sempre linda. Ô, moço! Deixa eu, moço! Deixa eu meio aos avessos, meio assim, meio assado. No meu mundo, do meu jeito, com meu gosto! Deixa eu, moço! Que faço não porque quero, mas porque sou! E sou o que a vista alcança, o nariz cheira, a mão encosta. Sou até o que não foi escrito, sou o verso que não saiu, a rima que não deu certo, o fogo que não pegou! Então deixa eu, viu, moço?! Que sou breve ao olhar de quem não vê e sou sempre demorada, arrastada, meio trôpega, pra quem quer enxergar. E não venha com ideologias, moço, nem você, minha senhora, que não sou para analisar. Não quero filosofias, nem explicação, nem nada que siga um curso de lógica! A existência está contida no indefinível, em tudo o que o amar tem de inimaginável! Então vem, viu?! Ou me aceita, ou me deixa, moço, que isso aqui é uma explosão! E sou esse constante não estar estando, o não fazer fazendo, tudo o que o se