Livro de cabeceira

Pro que ainda não chegou, espaço. Pro que já se foi, história.
Costumo largar livros bons pela metade. Não por não gostar ou por ter preguiça, não mesmo. É pelo fim. Não compreendo porque certas coisas boas acabam com um virar de página e por isso vou atrasando a leitura ao máximo, vou fingindo que não vejo o que se passa na trama... Tento esquecer dos personagens e de tudo o mais.
Vez ou outra alguma palavra se desprende do texto e vem me tirar o sono, me sacodir a rotina. Tento embolá-la numa frase ao vento e não olhar pro livro empoeirando na cabeceira. Abro outro, mais um, largo tudo pela metade e me recuso terminar a emoção de ler o novo pela primeira vez.
Pro que deu certo, outra dose. Pro que não deu, mais três.
Juro que se você me olhar de novo, caminho até aí. Bonita camisa. Fica melhor amarrotada. Atravesso o continente do bar inteiro e vou aí te ver, eu juro. 
Pros abraços perdidos, mapa. Pros olhares cruzados, bom dia. Pros apertos de mão amedrontados, perdão.
Pra história que acabou de começar, vírgula. Pra que quer acabar, ponto. Final. Ponto de esquina. De curva, de ebulição. Ponto de encontro. De... De. De novo.
Ponto.

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